Quando criança, eu via alguém de quarenta e lembro que pensava:
“Quando eu for velha assim…”
Quando cheguei nos trinta, fiz uma lista das coisas que ainda queria viver (Queria tanto achar onde anotei)
Mas tem uma coisa que nunca esqueci: um dos itens era 'fazer uma festa de arromba aos quarenta'.
(Tá, esse 'arromba' aqui denunciou minha idade)
Acontece que... muita coisa mudou de lá pra cá.
Não me sinto nem um pouco velha.
E também não fiz festa.
Passei meu quadragésimo aniversário num dia comum de feriado prolongado: de pijama, com as crianças gritando nos meus ouvidos.
À noite pedimos pizza. E antes de comê-la, assopramos as velinhas.
(Sim, filhos na faixa dos quatro anos não deixam você soprar sozinha. Caso você não saiba.)
Outra coisa que mudou?
Eu achei que com quarenta seria rica.
Ah, pobre criança iludida, achando que ser adulta, trabalhar e ficar rica era a evolução natural das coisas…
Hoje, em transição de carreira, ando contando as moedas.
Empreender é desafiador — exige coragem, resiliência.
Sabe quantas vezes pensei em desistir só hoje?
Mas tem uma coisa que me chama. Todos os dias.
Mesmo cansada, triste, ou esgotada, ela me espera.
Como algo que sabe que vou voltar:
a escrita.
E o que isso tem a ver com os quarenta anos?
É que eu passei o dia todo esperando por esse momento.
Esse aqui:
as crianças dormindo, o silêncio finalmente vindo,
e eu… deslizando meus dedos ansiosos pelas teclas.
Ter isso é um privilégio.
Escrever me acalma, me derrama, me organiza.
Não há julgamento.
Sou só eu, lembrando, sentindo, processando, deixando vir.
A escrita traduz minha alma para o papel.
Ela é minha oração.
Traduz a gratidão por ter tido um dia “normal”, que tantos talvez possam só sonhar.
Com saúde.
Com minha família por perto.
É sobre isso que quero escrever.
É isso que quero gritar para outras mães:
que a escrita é acalento.
É cuidado.
É bem-estar.
Se você também sente vontade de escrever, de sentir, de voltar pra si…
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